Já foi convocada uma nova greve pelos sindicatos da Função Pública, lançada pela CGTP, para o primeiro dia do próximo mês. Segundo a Frente Comum dos Sindicatos da Função Pública, a administração pública não é ouvida pelos governantes. Penso que isto não é novidade nenhuma para ninguém. Recordo a “Marcha pela Indignação” que juntou milhares de professores e não surtiu nenhum efeito nas reformas do Ministério da Educação. É lamentável que após tantas manifestações e greves, o Governo perpetue uma posição de distanciamento em relação às reivindicações dos trabalhadores. Uma democracia assim é como um relógio sem pilha. Existe, mas não funciona.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Desertificação interior
Achei interessante a frase de José Leite Pereira escolhida pela edição online do Público, de hoje, retirada do seu artigo de opinião do JN. No meu ver, a resposta à questão da desertificação por parte das instituições autárquicas, com a bênção do Governo, é desanimadora. Não vejo mal algum em que se criem espaços proporcionadores de desenvolvimento regional, mas continuo a ver tais medidas como insuficientes e desfasadas da realidade do interior rural português. Quais serão as verdadeiras prioridades destas povoações? Que se crie emprego e se aposte na formação ou que se construam piscinas com espaço relvado para receber os emigrantes durante o Verão?
Tendo em conta os casos que conheço, sei que, para orgulho da gente lá da terra, ter um nono “estádio” (na prática, um campo com relva espaçada e balneários com água quente, quando há gás) é algo de grandioso, associado a festejos pomposos com direito a foguetes, bombos e bailarico a partir das dez, proporcionado pelo conjunto que veio há dois anos à festa da Santa Isabel. Todas as obras que se vão realizando são úteis à sua maneira, procurando dinamizar locais quase esquecidos nas salas e corredores lá para Lisboa.
O problema da desertificação, no entanto, não se resolve assim, com a já esperada política do betão. Muitas das vezes, os complexos desportivos e culturais criados ficam sem utilização. Se for preciso cria-se uma sala de espectáculos, mas depois não existem fundos suficientes para apoiar grupos dramáticos locais, por exemplo.
Existem obras verdadeiramente valiosas para algumas freguesias, por exemplo, o saneamento. Qual é o problema? Os custos! Mas também não se gasta bastante a construir pavilhões gimnodesportivos? Claro que sim, mas pelo menos ficam à vista de todos para que ninguém olvide quem os mandou erigir e em quem se deve votar nas próximas eleições. Em alguns casos, situações como esta são puro egoísmo.
No interior de Portugal falta criar-se sustentabilidade. Desenvolver projectos que aproveitem os recursos autóctones e, especialmente, os recursos humanos, valorizando-se a formação, seria uma ideia feliz. Não digo que isto já se não faça em alguns locais. No entanto, é de relembrar que, pela norma, um curso de informática para seniores algures na raia nem dá notícia nem boa fotografia. A não ser que algum iluminado por lá passe enquanto grava um documentário sobre o abandono que vai vivendo o interior…
Tendo em conta os casos que conheço, sei que, para orgulho da gente lá da terra, ter um nono “estádio” (na prática, um campo com relva espaçada e balneários com água quente, quando há gás) é algo de grandioso, associado a festejos pomposos com direito a foguetes, bombos e bailarico a partir das dez, proporcionado pelo conjunto que veio há dois anos à festa da Santa Isabel. Todas as obras que se vão realizando são úteis à sua maneira, procurando dinamizar locais quase esquecidos nas salas e corredores lá para Lisboa.
O problema da desertificação, no entanto, não se resolve assim, com a já esperada política do betão. Muitas das vezes, os complexos desportivos e culturais criados ficam sem utilização. Se for preciso cria-se uma sala de espectáculos, mas depois não existem fundos suficientes para apoiar grupos dramáticos locais, por exemplo.
Existem obras verdadeiramente valiosas para algumas freguesias, por exemplo, o saneamento. Qual é o problema? Os custos! Mas também não se gasta bastante a construir pavilhões gimnodesportivos? Claro que sim, mas pelo menos ficam à vista de todos para que ninguém olvide quem os mandou erigir e em quem se deve votar nas próximas eleições. Em alguns casos, situações como esta são puro egoísmo.
No interior de Portugal falta criar-se sustentabilidade. Desenvolver projectos que aproveitem os recursos autóctones e, especialmente, os recursos humanos, valorizando-se a formação, seria uma ideia feliz. Não digo que isto já se não faça em alguns locais. No entanto, é de relembrar que, pela norma, um curso de informática para seniores algures na raia nem dá notícia nem boa fotografia. A não ser que algum iluminado por lá passe enquanto grava um documentário sobre o abandono que vai vivendo o interior…
Subscrever:
Mensagens (Atom)